Gangorra da vida*

Vivemos por natureza em uma gangorra. Ora sobe, ora desce, às vezes fica equilibrada. Da mesma forma é a nossa vida, com altos e baixos. Procuremos estar e permanecer no alto da vida, no meio da gangorra, que é o ponto de equilíbrio, por mais difícil que seja. A vida está em movimento, é um constante aprendizado. Mas pouco se fala do equilíbrio, do meio. O equilíbrio na gangorra da vida não expressa dúvidas, falta de crescimento ou estagnação, mas sim, uma vida sem exageros, vícios, egoísmo, inveja, vantagens em detrimento do benefício do próximo, falsidade e maldades. Veja quem está com você na gangorra, em uma visão horizontal, não do alto, pois somos todos iguais perante o todo-poderoso. Isto porque ninguém veio ao mundo para estar por baixo.  Então, o equilíbrio de ser feliz é uma virtude. Portanto, considero ser o ponto mais alto e saudável: o meio da gangorra. O que passar desse meio será desperdício, uma falsa altura que poderá nos desequilibrar e fazer-nos cair.

Quando estamos no ponto baixo da gangorra, nas aflições e conflitos da vida, lamento profundamente que

encontremos pessoas que, por algum motivo, suas máscaras caem bem na nossa frente; alguns considerados por nós como amigos, parceiros e confidentes. Antes lúcidas e visivelmente atraentes, agora agindo contra nós com desprezo, indiferença e arrogância. Que decepção!

Tire essa máscara, seja você a imagem e semelhança de quem te criou. Se for difícil, se a sociedade o rejeitar, procure ajuda e desenvolva os dons que Deus lhe deu, se estão adormecidos, desperte-os. Deus nos fez de forma sábia, para vencermos; dessa forma cada um dependerá de si mesmo, seja forte com a força que vem do alto. Siga, viva o ponto do equilíbrio. Pare de enganar e ser enganado. A vida passa, deixe essa máscara, tire-a rapidamente, seja autêntico e verdadeiro antes que seja tarde demais. 

Não condeno o uso da máscara assertiva. Acredito que ela poderá ser usada em casos pontuais, para o bem, sem mentiras e respeitando o próximo, firmado na ética. Fui visitar alguns clientes junto com um vendedor que trabalha comigo. Chegando lá vi que ele estava tímido, um pouco acanhado. Eu disse para ele: cada cliente é um momento mágico, precisamos interagir. Citei um exemplo de um ator. Saia da timidez, seja um personagem e feche a venda. Desperte, depois seja você mesmo sem nenhum problema. Lembrei logo de um amigo gago, que quando cantava as pessoas paravam para ouvi-lo. Isso é fantástico! Mude, mas não se esqueça do equilíbrio, e use a máscara do bem, quando precisar.

* Texto publicado originalmente na coluna Opinião do Jornal Correio da Paraíba em 07/05/2014