A gestão de preços é um misto de
ciência e arte e deve ser uma das preocupações centrais dos empreendedores e
gestores.
Por André Rezende*
Entre todas as decisões
empresariais envolvidas na operação de um negócio, é provável que a fixação dos
preços de produtos e serviços seja a de impacto isolado mais marcante. O preço,
com produto, ponto de venda e promoção é um dos quatro P’s do marketing e é
forte componente no posicionamento da marca. Apresento aqui algumas
considerações que creio úteis no estabelecimento de uma política de preços.
- O preço multiplicado pelo
volume de vendas define a receita, a primeira linha do demonstrativo de
resultados de uma empresa e na maior parte das vezes (mas nem sempre) existe
uma relação inversa entre os dois: quanto maior o preço, menos vendas e
vice-versa, preços menores levam normalmente a um
volume de vendas maior, tanto
em quantidade quanto em valor monetário. É a conhecidíssima lei da oferta e da
procura. Por outro lado preços menores refletem em margens mais apertadas.
Achar o ponto ideal, que maximiza o lucro, é dos desafios mais centrais de qualquer negócio.
- Pequenas variações de preço
podem ter impactos muito significativos no resultado. A grosso modo, em uma
empresa que tenha uma lucratividade de 10%, um aumento de 3% nos preços, ao se
conseguir manter o volume, resulta em um aumento de 30% nos lucros. O caminho
oposto também ocorre: ao dar 5% de desconto em um produto, podemos estar
reduzindo o lucro pela metade.
- Conhecer os custos para
obtenção de um produto ou fornecimento de um serviço é fundamental para
estabelecer os preços, mas longe de ser suficiente. Precisamos conhecer os
preços dos concorrentes, a disposição de pagar dos clientes, a oferta de
produtos substitutos. O custo estabelece um piso mínimo a partir do qual
começamos a ter lucro.
- O cliente decide pagar por algo
quando percebe que o valor, o benefício
que ele recebe com aquele produto ou serviço é para ele superior ao
preço a ser pago. Existe então uma margem entre o valor percebido pelo cliente
e o custo de produzir o bem. O cliente não vai pagar mais do que o valor que
ele vê no produto e o fornecedor não pode vender abaixo do custo de produção. O
preço deve então ficar entre estes dois valores.
- Para aumentar a lucratividade,
três caminhos são possíveis: capturar mais valor, aumentando o preço até o
limite da disposição de pagar do cliente; reduzir os custos, sem reduzir os preços;
ou, aumentar a percepção de valor do cliente em relação ao produto, fazendo
crescer sua disposição de pagar. Naturalmente uma composição dos três caminhos
é possível e pode potencializar os resultados.
- O caminho de aumentar o valor
percebido para os clientes frequentemente envolve uma ação mais cuidadosa sobre
o trabalho de design e sobre a gestão da marca. Agregar atributos bem
escolhidos ao produto ou serviço pode gerar um ganho de valor para o cliente
desproporcionalmente maior que os aumentos dos custos: é aí que frequentemente
encontramos os “potes de ouro” da precificação.
- Enfrentar a concorrência
através de uma política de promoções e descontos é uma alternativa que se deve
considerar com muito cuidado e envolve um trabalho “cirúrgico”, com precisão de
um laser, para se evitar deixar dinheiro em cima da mesa.
- Competir através de preços
baixos é também uma opção estratégica, mas deve estar inserida em um contexto
consistente de uma operação de baixo custo e volumes compensadores.
A gestão de preços é um misto de
ciência e arte e deve ser uma das preocupações centrais dos empreendedores e
gestores. Ao final, pode determinar o sucesso ou não de uma empresa.
(*) É fundador e presidente da
Prática Fornos e Empreendedor Endeavor desde 2008.
Fonte: Portal Endeavor Brasil.

PARABÉNS Heyson Mazayuki, seu blog está D++++
ResponderExcluirValéria do Rio Grande do Norte
Abçs