A nova velocidade da comunicação parece exigir respostas mais rápidas.
Aí está o perigo.
Por Luiz Carlos Cabrera*
Fico encantado com a evolução
tecnológica que está criando esta nova sociedade sem fronteiras físicas,
espalhada por todo o planeta. Em qualquer lugar, a qualquer momento, você olha
em volta e quatro em cada cinco pessoas estão falando ou mandando mensagens ou
lendo num aparelho eletrônico. Mas, quando se fala do ambiente de negócios,
preocupa-me a rapidez com que algumas respostas são digitadas e a velocidade
com que algumas mensagens circulam pela empresa, impulsionadas pelo comando
“responder a todos”. A nova velocidade
da comunicação parece exigir respostas mais rápidas. Aí está o perigo.
Para negociar, apresentar projetos ou contestar
argumentos ao vivo e em cores, existem recursos importantes, como a entonação
da voz, a pausa e o silêncio. Na comunicação digital essas
características se
perdem. Uma vez digitada, a palavra está lá, escrita, indelével e gritante.
Numa conversa pessoal, quando se trata de um assunto delicado, o silêncio é um
recurso importante para acalmar o interlocutor. Uma pausa na fala pode salvar
uma argumentação, pois cria um espaço de reflexão. No ambiente digital não
existe o silêncio. Claro, você pode adiar a resposta, mas perderá o tempo e o
momento da conversa ou da negociação.
Minha preocupação é que alguns assuntos não
deveriam ser tratados, até a sua conclusão, digitalmente. Precisam do contato
pessoal, do olho no olho, da expressão corporal e do uso inteligente do
silêncio. Receio que a digitalização maciça esteja contribuindo para o
crescimento de um dos pecados que, em minha opinião, acabam com a carreira de
um executivo: a superficialidade.
Uma vez tendo recebido a alcunha de
superficial, dificilmente o profissional se recupera. Será sempre visto como
alguém que “belisca” os assuntos, mas que não contribui para a decisão. Ao
responder e-mails e torpedos de bate-pronto, tentando mostrar rapidez, o
profissional causa um dano sério À sua imagem. Pense antes de responder. Faça
um silêncio digital, diga que está refletindo e que responderá em alguns
instantes. Não se deixe levar pelo impulso da velocidade. Não é a agilidade da
resposta que ficará marcada para sempre como o seu atributo mais forte, é a
qualidade e a profundidade do que você está dizendo. Numa discussão, lembre-se de
usar o silêncio para esfriar os ânimos ou para provocar a reflexão. Vai
funcionar.
(*) Escreve sobre carreira, é professor da
Eaesp-FGV, diretor da Amrop Panelli Motta Cabrera e membro do Advisory Board da
Amrop International.
Fonte: EXAME.com

Boa tarde Heyson
ResponderExcluirEstou no grupo Whatsapp Vendas e Conquistas, estou passando para conhecer seu BLOG, parabéns por nos prestigiar com matérias tão ricas em conhecimento.Abraços.
Att:Marcos Vinícius
Supervisor Comercial - Paropas Rede Sudeste.