Por José Eustachio*
Às vezes, o sucesso está na atitude do empreendedor e sua equipe. O
que mais tenho escutado ultimamente são discursos enfáticos sobre o quanto o
momento político e econômico que o Brasil está enfrentando torna difícil a vida
de todos nós. Não vou gastar tinta e ocupar esse espaço escrevendo sobre coisas
que já estamos exaustos de escutar, de ler, de falar. A pergunta útil é: ok, o
negócio está feio, mas tem solução? Como ter sucesso em tempos bicudos?
Na minha modesta visão, só existe
um caminho a seguir: é preciso ser mais competente do que os demais
competidores. Com raras exceções, as empresas e suas marcas não possuem uma
participação de mercado dominante a tal ponto de já não
terem como crescer, a
não ser que o mercado continue crescendo. Via de regra, a participação está por
volta de 5% a 10% (em casos fora da curva, pode chegar a 30%, quem sabe 40%).
Isso significa que, mesmo em
períodos de recessão, ainda existe muito espaço para agregar novos clientes,
novas vendas. Essa é uma verdade que se expande quando consideramos que
concorrentes hoje não são apenas as outras marcas que oferecem os mesmos
produtos e serviços, e sim tudo e todos que disputam o bolso das pessoas.
Quando uma empresa se deixa
contaminar pelos fatos negativos, pelas notícias ruins, vai gradativamente
perdendo seu ânimo, e aí a coisa fica mesmo complicada. Ânimo é uma condição do
espírito, da alma; excesso de determinação diante de uma situação adversa é a
ação de manifestar sua própria vontade, seu intento. Uma empresa sem ânimo é
uma empresa que perdeu sua força, sua coragem. Uma equipe sem ânimo torna-se
triste, medrosa, perde a crença em si e na empresa, perde a fé naquilo que faz.
SE EXISTE UMA SITUAÇÃO QUE LEVA
AO DESASTRE, É QUANDO UMA EMPRESA SE ENCOLHE POR FALTA DE CRENÇA NA SUA
CAPACIDADE E NO SEU NEGÓCIO.
Ao nos vermos diante de um
momento de dificuldade, não devemos ignorar seus efeitos. Na verdade, é lúcido
e necessário avaliar o ambiente, identificar riscos e fragilidades, mas apenas
para poder desenhar um plano com o intuito de aumentar a capacidade competitiva
da empresa. De um lado, aliviar o orçamento de tudo aquilo que representa peso
morto, aquelas práticas e custos que pouco ou nada agregam; de outro lado,
investir mais agressivamente no que está diretamente relacionado a conquistar
mercado, adicionar novos clientes, expandir possibilidades.
O nome do jogo é foco total, a
estratégia é reunir recursos e energia para ter mais apetite e vontade do que o
concorrente. Não deixar que a equipe se intimide, se apequene, perca a gana de
ocupar mais território. Ainda não conheci nenhuma empresa bem-sucedida cujo
lema seja: “Cuidado, a coisa está preta!”. De minha parte, prefiro a divisa do
Bope: “Vá e vença!”
(*) É Chief Executive Officer
(CEO) na Talent.

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